Wednesday, November 11, 2009

Fonte

até onde eu me entendo, não sairei daqui tão cedo. não sei mesmo o que você poderá achar desta minha decisão ingrata. apenas sei que sua pressão não tem surtido o efeito esperado. o que acho que ambas sabemos, é que não estamos lidando com isso da melhor maneira possível. o que acho que você não sabe é que todas as vezes que eu lhe quero por perto, seja por um maxilar torto, falta de dinheiro, saudades de dar risadas, é porque preciso de você por um só motivo; estão tão aflita quanto você. o que você também não tem idéia, e portanto, eu decido, de uma vez por todas irá saber disso; eu quero que tudo isso se resolva, infinitamente mais que você. eu me incomodo com isso infinitamente mais que você. eu sofro quando você comenta isso com alguém, muito mais que você. sua aflição esta me acuando, seu colo me tirando a coragem. minha indecisão, essas perdas que tivemos desviaram meus caminhos.
sei que somente sou, o que realizo todos os dias, os dias em que nada realizo, me sinto péssima por não ser ninguém. realizar significa qualquer coisa que minha mente registre como algo que não vou esquecer tão cedo; pode ser um pôr do sol na praia, nadar de roupa e tudo, ouvir um samba, ler um livro de poesia, beijar na boca, ter uma aula, dar aulas de português, almoçar no por kilo sozinha, entrar na internet, tomar uma cerveja, ver um filme, conversar e etc...são milhões de coisas e nem sempre elas me fazem feliz, como nem sempre sua vida lhe faz também. sou igual a você do outro lado, tentando ir para onde eu não sei, mais sei ser meu caminho.
não precisa me avisar que o tempo esta passando, eu o vejo todo dia voar feito passarinho bem na hora em que o sol vai embora. não quero morar mais em são paulo, porque estranhamente o rio é meu lugar. não queria ver pessoas indo embora, mas o tempo...ah...e os passarinhos, eles precisam voar. não queria ter só um assunto com você, ser tema de polêmica, não queria te ver nesta agonia, pois sei que sou eu a culpada dela; de toda a sua agonia? e por fim, não queria ser um erro de todos seus planos futuros, daqueles que a gente planeja um dia, quando vê a barriga crescer. você me teve e agora eu te agonizo. não era essa a meta das coisas, nem minha.
mas alguma pedra desviou os rumos, as direitas, entrei as tortas, perdi meu pai. arranquei cabelos, acreditei em nadas, me apaixonei e larguei tudo, fiz mais besteiras que aldir blanc. me afogo em mim. e as vezes acho que nado, mas perco o ar rapidinho. te peço desculpas? te peço paciência(mais)? te peço ajuda? não sei. não me sinto triste. sinto só as diferenças na forma em que me criei. vendo meu mundo ao redor, todos estão andando em fila e eu, miopie de vida, ainda tento enxergar alguma coisa minha no meio de tudo que ainda é mistério. não queira saber como isso machuca.

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