Wednesday, September 02, 2009

Carta aberta a Oscar Filho

São somente 4:19 da manhã.
Finalmente eu havia conseguido conectar o wireless daqui do hospital São Camilo, no bairro de Santana City meu amorrr. O Orkut estava lento e sem nenhuma novidade, assim como a página da UOL e da globo.com. Resolvi twittar e recebi um convite para adentrar ao facebook, fazendo com que assim meu perfil seja exposto, messssmmooo, de todas as maneiras possíveis, na internet. Resolvi não aceitar o convite pois estou em uma conexão não segura aqui no hospital e meu bom senso, que definitivamente não costuma funcionar de madrugada, deu sinais de vida. Com o tédio e o calor do quarto, mais os gases e minha rinite me incomodando, resolvi ir atrás de blogs, onde a conexão não precisa estar a mil para dar uma lida no que pessoas que eu nunca vi na vida escrevem. Não pergunte por que parei em seu blog e olhei a foto de um nariz que lembrava o do meu irmão, quando levou um golpe de judô e o quebrou. Naquele dia, ele me ligou, muito calmo, e disse assim: Bel, você pode subir a rua para me entregar um passe de metrô que está na minha gaveta? E eu: ahh, Chico, nem fodendo... acabei de sair do banho, compra o passe aí, pô! Então ele disse timidamente: é que eu quebrei o nariz... e eu: AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!! Claro que neste dia eu tirei uma foto do nariz dele, e se parecia muito com o seu. Resolvi ler o acontecido, a odisséia nasal, e não me aguentei vendo as fotos e os comentários e, sabe, minha risada é um tanto escandalosa e eu acabei acordando minha mãe, que está internada, pois quebrou o joelho sendo atropelada por um cachorro. A enfermeira também reclamou. E eu me senti culpada por estar rindo alto em um hospital. São 4:37 e obviamente que a conexão caiu de novo, fazendo com que eu coloque minha camiseta do Timão, e vá fumar um cigarro lá fora. O Corinthians, como você bem deve não saber, fez 99 anos ontem e nós, torcedores, resolvemos sair de camiseta do time para homenageá-lo pela data. Como eu não tomei banho e nem sabia que teria de dormir aqui hoje, usarei de novo a camisa.
Bem, como já disse anteriormente, minha conexão caiu e eu não poderei mandar esse e-mail a você em tempo real. Mas não tem problema. Aliás, ele não tem a mínima importância. Eu tenho ataques de tédio e faço esse tipo de coisa. Escrevo para quem nunca vi. Isso me fez lembrar das revistinhas da Mônica, onde no meio das historinhas tinha os passatempos e nomes de pessoas para você se corresponder e fazer amiguinhos por cartinhas. Certa vez, eu mandei uma cartinha para uma menina que vi em uma revistinha velha da Mônica. Ela me respondeu que ficara encantada com minha atitude, mas que já tinha vinte e cinco anos e não queria mais brincar de cartinha. Nunca entendi isso. Eu hoje tenho vinte e seis e, pelo visto, ainda brinco. Ah, e se me lembro bem, esta mesma revistinha, minha mãe devolveu ao pessoal do Maurício de Souza, pois ela se tornou muito rara após um incêndio nos arquivos monicais e eles enviaram um pedido de doação. Não sei por que minha mãe fez isso. Penso eu que ela imaginou que eu seria uma menina bem sucedida e que nunca iria querer super valorizar a revistinha em algum sites desses de venda para poder ganhar um trocado. Certamente o que eu faria hoje.
Acho que é só. Na verdade é muito mais, mas você e seu nariz esquisito já não têm mais a ver com isso. Obrigada pela oportunidade de rir.

PS: Os enfermeiros passaram pelo corredor agora fazendo barulho de trenzinho (?), são 4:49. Acho que vou me vingar e mandar um shiuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!

Abraços
Bebel Crozera

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