Monday, September 28, 2009

RETO

Hoje eu serei bem honesta comigo mesma e não tentarei enrolar as palavras com que o conteúdo delas, seja levemente modificado pela poesia nela inserida. não vou me iludir. ao mesmo tempo, o rodopio com as palavras represente talvez minha eterna dança com a vida. sou eu refazendo os caminhos antes de chegar a grande final. como se a vida fosse e é, uma maratona e tudo que eu como competidora gostaria é de não passar pela faixa de chegada. escrevendo também, vai saindo medidas de mim mesma. ao final de tudo, me leio. o que esta no papel, foi verdade. foi tudo verdade. e a dança com as palavras, foi a dança de ontem ao saber, ao encontrar, ao pensar na linha de chegada da vida. sempre me vem a cabeça laços, asas, festas. ando emotiva, e o motivo de tudo isso deve ser o cansaço da prova, da maratona. a equipe inteira do campeonato anda procurando a competidora que não chega. qual é o medo que se segue ao romper a faixa? lembrei que tudo isso me lembra a chegada a vida. me veio a imagem do competidor passando pela faixa, e a faixa caindo. me veio a cabeça o umbigo que corta e rompe também. descobri então, tenho medo de nascer. estou onde então, se ainda não nasci? o caminho da maratona é longo demais, ainda mais pra mim, que rodopio, enlouqueço e não firmo nada. não firmo no meu coração as marcas de um amor, nem em minha vida as marcas de um destino certo. se não estou me firmando, se ainda estou rodopiando, ainda não aconteci. ainda não nascer é saber que não estou morta e isso me anima um pouco. hoje eu acordei com certezas que ainda estou rodopiando. e que minhas inseguranças são os meus buracos. e se machucar em uma maratona, não é bom para o competidor. me deu vontade de retornar. de voltar pro ventre. e eu tenho a minha disposição o ventre de minha mãe que esta longe, mais ainda existe. existiu uma tentativa de me afastar do ventre, que foi quando eu me mudei aqui pro Rio. mas o ventre esta sempre lá, quando eu preciso. e hoje eu acordei querendo ele. se eu estando longe, sem o ventre e tenho que me conformar sozinha, nascida, serão então esses momentos que a gente cresce? eu recorro a escrita, eu recorro ao silêncio que é minha solidão. eu só recorro a noite, quando estou bem. e então neste aspecto, pelo menos, eu acho que eu faço a coisa certa. porque gosto de brindar a alegria, ao cansaço de candeia, gosto de brindar sorrisos e não lágrimas. mas hoje eu acordei depois de sonhos completamente já sabidos por mim; que me desculpe o meu subconsciente, mas tudo que aconteceu a pouco, já era de meu entendimento. menos em um aspecto. sonhei com uma gira. sonhei que estava na casa de uma amiga e pegava uma garrafa de pinga. eu derramava toda a pinga no chão em forma de circulo, me fechando dentro dele. e depois ia ao centro com a garrafa na mão e recebia um santo. não sei qual nem o que me disse. acordei. lembrei com tristeza que parte do sonho fazia muito sentido; aquele menino me tratando como quem tanto faz. dai me lembrei de uma conversa com uma outra amiga sobre isso, sobre ele, e disse a ela que eu também o tratava como tanto faz. e isso não deixa de ser verdade. mas não é uma coisa sincera de minha parte. é só mais um desses buracos inseguros que eu também contorno, alegando ser fodona. tem gente que acredita. eu mesma nunca acreditei. como também não quis acreditar naquele homem, no seu não amor, no seu tanto faz. mas ontem a verdade me veio e eu tive que ir dormir com ela. e aceitar a verdade para mim, é duro. bem duro por que é lá que moram meus erros. na verdade moram meus erros. e eu não sei resolver meus erros. então não sei lidar com a verdade. eu me envergonho disso, como se fizesse xixi na calça em frente a todos. então eu rodopio mais uma vez. e saio brincando. o sonho dizia tudo. era um resumo das palavras das conversas de ontem com meu coração fracassando mais uma vez, por culpa minha. eu me odeio? ainda não sei. neste momento quero o ventre de minha mãe. quero ser frágil para ser digna de cuidados.não quero ter alma, porque isso é coisa de gente grande e complicada. e mais uma coisa; no fundo, o fundo por vezes é raso também, quero resolver todos meus problemas. quero agir diferente, porque estou cansada de errar o caminho de propósito para não chegar ao fim da maratona. tenho medo que depois do fim da corrida, comece outra e que eu cansada, não dê conta. o mundo é uma equipe que conta comigo.

Resposta a dani

Já eu acordei sensata, existe uma coisa louca nas pessoas mais inseguras, não, você nunca saberá o que é isso, você não é dessas, que as vezes não as deixam dormir. acordei turva; visão turva, dentes e olhos e corpo inteiro, assim, turvo. abri a bolsa. minhas bolsa, no caso parece sempre ter uma explicação para a noite anterios; mensagens mandadas, cartões de taxi, cartões pessoais...enfim. no embalo, vi o pacotinho do colar vazio, e então, lembrei de tudo; da lais, da sara que esta a coisa mais linda com aquele cabelo, e de um ser de luz(fantasmas?) que sou eu, anos atrás; lembrei do abraço e da saudade que dá. lembrei do menino gorfando ali do lado, da lapa de vocês. momentos de transição. lembrei da vida em seus olhos e me orgulhei. alguém lá em cima, melhorou demais minha nova versão, pensei. logo eu, tão cética. adoro me ver, mesmo que rápido, porque os abraços longos são a forma mais expressiva de lembrar que eu me amo. que eu te amo.

Tuesday, September 22, 2009

Resposta a Dimdin

Forza adruptan ao templo
és mero conchido do vintém de duas uma, amém. creio que pregras ouvre no escuro e eu enforcaria seus foguetes em mim. em mim jorram todas possíveis velas que se apagam, fumacinhas. creio-me que faço acordos com eles, every day. acreio-me, teço, sou artesã. contratrium, áspero, oxi-gênio. mundo que voa, tragos, meus lamparejos, percursos, domínios, travessos. aceito-me in furians, momentos arquétipos. que são, que são. sãotudo. sãotudo. é dia, é hoje. cafezinho, pão francês. enjoa, vovó, margarida. eu odeio margarida. frágil, lento. saio, pago, entro, escolho, bebo. já esta lá. é transe, é forte, é mais que eu. sozinha, com meus monstros, devaneios. me entrego, sou coisa, sou anjo, demônio. ateu. deusta, vidrun, catalpeticun. vou fazer sinal, quero parar já. quero recomeçar, quero tattooar. sim. sim.
até lá, na última até de manhã. com os olhos cansados, vertem lágrimas. olhinus de ninguém. fecha, abre; pisca e pisca. vai no meu vem que nós seremos um só. outro.



pulei da maravilha e imagina só o meu vôo.
asisinhas cor de rosa e detalhes limão. chocolate.
um tanto que tenha. você também tem.
contanto que tenha, você também tem.
gosto de menta. aplicam-se favos, jorra pimenta.

pulei da maravilha
estou em pleno ar
crepticuns ascos, pergunto-me, afago.
um abracinho aqui vai bem
cachorros crianças eu e meu bem

não sei rimar, definitivamente
6por6

Sunday, September 20, 2009

Grajaú 422

Subia no ônibus, um homem que tinha uma língua roxa, igual daqueles cachorrinhos chow-chow, mais uma mulher loira que me lembrava uma beterraba. Uma vez eu abri uma beterraba e tinha um monte de bichinhos dentro. Coisa que a gente nunca vai imaginar é topar com uma dessas pela frente. Subira no ônibus um homem que acabara de sair do avião. Eu sei. Eu sei porque vi a mala dele, era uma daquelas que sofrera uma viagem de avião. Eu sei porque o aeroporto estava logo ali do lado, mas o ônibus andou com o motorista cantarolando "veja, essa maravilha de cenário" e o cenário era o morro pintado de verde que algum prefeito canalha, desses que se tem por aí, mandou pintar para dar uma dichaavada. Minha mãe vai corrigir isso aqui, não vai saber o que é dichavar. Entrou no ônibus uma mulher com um vestido curto, muito mais curto que os meus vestidos curtos e logo baixou o rosto e dormiu. Passamos por milhares, sim, milhares de ruas e o Rio de Janeiro foi se misturando, a Cidade Maravilhosa confundindo com moradores de ruas que dormiam bem pertinho do sambodrómo, veja bem, ainda não é carnaval. Mas as musas, hoje globais, desfilam seu corpo de drenagem linfática nas escolas de samba e lá do alto já se vê. Nunca seremos iguais a elas. Mesmo que compremos revistas que prometem perder cinco quilos em quinze dias. E bem próximo dali, pertinho de um córrego, famílias lavavam roupas. Sujas? Não sei. E o motorista então falou: imagina só, cara, hoje falei pro meu filho: papai trabalha de domingo, olha só que merda, muleque. E o muleque foi ao jogo, a Leopoldina, ao raio que o parta, ao caralho a quatro, tudo sozinho. Vejam essa maravilha de cenário. Passei no sopão 95, estava ali na frente do Varandella, mas estava fechado. Fui parar em Vila Isabel. Não era esse meu destino, mas a cidade foi se tranformando. Logo, eu também. Como num lote, numa pesca longa de um barco que gera o tédio necessário para o pescador. As curvas eram a perfeita pacificação entre mim e o tempo. Hoje eu dormi tarde, hoje eu comi de manhã. Hoje desceu do ônibus uma mulher com os cabelos feiosos. E eu olhando pela janela vi uma camisinha no chão. Penso como teria sido aquela foda. Logo mais chego em casa, pensei comigo. Passei do ponto, na medida do impossível. Hoje é domingo, estou pela manhã. Quero uma casa em Laranjeiras? Quero continuar acreditando na Tijuca. Passar pelo Grajaú, rodar para achar o contrafilé perfeito. Virar amiga do Moa e me embotecar por aí. Fumar dentro de estabelecimentos que proíbem meu cigarro. Tenho que ir embora deste ônibus. Mas, eu prometo, é só desta vez.

Tuesday, September 15, 2009

Tudo culpa do Pereira

Conheci Pereira na Lapa-Louca e logo vimos que nos daríamos bem, pois ele gosta de samba, da boemia carioca e, além de tudo, é cineasta. Aliás, não consigo dizer isso sem lembrar da querida Julieta Brandão, que uma vez na mesa de bar, num desses inferninhos da Lapa, ouviu alguém dizer que Pereira cantava mal. Julieta, indignada e belíssima cantora, disse bem alto: claro que ele não canta bem! ELE É CINEASTA!

E o cineasta me recomendou assistir a dois filmes: o primeiro, Anticristo. Depois, quarta-feira passada, chegou empolgadíssimo dizendo que Os Amantes era o filme do ano. Resolvi matar dois coelhos numa cajadada só e hoje fui até o Arteplex, em Botafogo, fazer uma dupla sessão.

Às 19:40, depois de um café, assisti ao Anticristo. Eu já temia pelo filme, sabia que era meio macabro, mas, mesmo assim, fiquei curiosa e sempre fui corajosa para tais filmes. O longa conta a história de um casal que, devastado pela morte de seu único filho, se isola em uma cabana, no meio da floresta, onde coisas bizarras - e coloca bizarro nisso - começam a acontecer. O filme é dividido em capítulos e tem uma fotografia muito boa, em destaque, a primeira cena. No entanto, eu tive uma crise de ansiedade horrorosa quando o filme foi chegando ao final. Vi três pessoas saírem no meio da sessão e, juro, quase fui junto. Foi o primeiro filme que me deixou aterrorizada. Não por conter cenas de sangue, que nem são tantas para um filme dito de terror, mas pelo peso psicológico da trama. Fiquei mal mesmo. Até me arrependi de já ter comprado o ingresso de Os Amantes, que ia começar logo em seguida. Saí da sala com uma puta ansiedade e depois de trocar algumas mensagens com minha mãe, me acalmei e fui ao segundo filme.

Os Amantes conta a história de um cara bipolar que aos trinta e cinco anos está morando novamente com os pais e se envolve com duas mulheres. O filme é bom pra caralho, não o melhor do ano, como disse Pereira. Mas ainda estava abalada psicologicamente por causa do Anticristo e entrar de cabeça na história de um cara confuso foi bem pesado.

Ao sair do cinema, fiquei na dúvida do que me assustava mais. Ficar com trinta e cinco anos e virar bipolar morando em casa, ou fazer trilha em uma floresta à noite. Voltei para Tijuca, deitei na cama depois de uma Maracujina, e não consegui dormir. O Anticristo ainda não saía da cabeça. Resolvi tomar uma sopa de pozinho, daquelas horríveis, igual a um filme de terror. Quando estava mexendo a sopa, senti algo no meu pé (estava de meias), olhei para baixo e tinha uma barata IMENSA que logo correu para debaixo do fogão. Devo dizer que aqui estamos sem faxineira há quatro semanas e a casa não se encontra em seu auge, risonha e limpída, como diria nossa musa Vanusa. Dei um grito bem baixo e abafado, pois os meninos já estavam dormindo e fui pegar meu chinelo. Logo, lembrei de Clarisse Lispector, do famoso conto da barata. Encarnei Clarisse, afinal, ali era ou eu, ou ela. Se eu não a matasse, corria o risco dela invadir meu quarto, e eu não estava a fim de dividir emoções com aquele inseto nojento. Ela logo saiu correndo novamente, três tentativas de chineladas depois, acertei-a. Dei mais duas chineladas para me certificar de que a teria matado. Quando vi aquela gosma branca, entendi que tinha chegado seu fim. Meu coração e toda ansiedade voltaram e eu ainda estou pensando se vou até meu quarto dormir, ou se cochilo no sofá da sala, com medo de outra barata. Amanhã devo tirar o dia para limpar esta casa. A barata ainda está ali, mortinha da silva. Matar foi meu máximo, retirar o defunto já é demais.

Estou agora aqui, sentada em frente a este computador depois de ver besteiras no youtube, pensando quantos medos tive de vencer hoje. Foi também hoje que, pela primeira vez, um filme me desencadeou uma ansiedade filha da puta. Eu estou sozinha no Rio de Janeiro. Vivi medos que não sei até que ponto são infundados. Uma barata é perigosa? Posso virar uma maluca de pedra e endoidecer no meio da floresta depois de uma desgraça? Terei eu trinta e cinco anos e virarei bipolar morando na casa de minha mãe? Quais são meu verdadeiros medos? Quais desses aí são verdadeiros?

Sempre tive medo de enloquecer, tenho muita raiva quando alguém me chama de maluca, tenho vinte e seis anos e ainda dependo de minha mãe e sempre, mas sempre, tive medo de baratas. Sozinha, aqui, não pude gritar e chamar alguém para matar. Sozinha no cinema, não tive com quem dividir minhas emoções ao assistir a dois filmes tão intensos. Sozinha aqui, decido meu destino. E agora acho que meu maior medo mesmo é ficar sozinha.

Saturday, September 12, 2009


Último capítulo de Caminho das Índias

Começo me debulhando em lágrimas vendo Tarso, o esquizofrênico, cantando Raul Seixas. Me comove pensar que um dos meus cantores preferidos é sucesso em um hospício.

A novela vai para a Índia. Estranhamente, lá eles também falam português. Maya está fodida, pois descobriram que seu filho é um Dalith, mas ela não foi vingativa e não contou que Surya não estava grávida porcaria nenhuma. Ahhh se fosse eu...

A psicopata Yvone seduz o carcereiro, aliás, esse ator é carcereiro mesmo, né? Bem, ele libera a vilã e ela foge. Fundo musical, LENINE. Clima psicopata mesmo.

A filha de Manuel Carlos mostra a um estranho dois segundos de seu documentário sobre a loucura e ele a chama para ir a Hollywood. Ele é louco?

A família do bad boy Zeca trata da coisa mais séria da novela, que são os filhinhos de papais folgados pra caralho e que cometem pequenos crimes. Acontece que a família é tão engraçada que eu fiquei com vontade de ser escrota também.

Débora Bloch, que antes era feia e aos 45 anos é linda, conversa com Raul. Alexandre Borges, maltrapilho e com cabelos grisalhos, se mostra arrependido com a pegadinha MORRI... É ZUÊRA!!! Se meu pai voltasse falando que era pegadinha também, eu iria adorar. Pronto, falei! Fundo musical: Zizi Possi.

Voltemos à Índia. Tony Peludo e o bebê Dalith se acertam. O bebê teve uma atuação mais marcante do que a de Julinha, a filha de Raul.

Intervalo, vou fumar.

Os meninos que moram comigo chegam. Não dá mais para escrever em tempo real.

Norminha volta à casa de Abel, o corno manso, e o dopa novamente com o tal "leitinho batizado". O corno dorme e os meninos aqui da casa a chamam de vadia. Faço um discurso liberal e antimachista. Eles se calam. Por dentro, penso: jamais perdoaria uma traição. Fundo musical: Calcinha Preta - Você não vale nada mas eu gosto de você.

Opash muda da água pro vinho e, de quebra, ganha uma nova casta ao saber que seu pai é Lima Duarte. Por que toda novela sempre apela para problemas com a paternidade?
Raj e Maya se encontram naquele rio nojento e sagrado e se amam. Eles voltam para a casa e a família se alegra ao saber que ele não morreu. Ok.

Thaila sobe no elefante com Marcio Garcia e eles se casam no meio da rua. Já não basta o mico que é casar nos dias de hoje, precisa ser no meio do confuso centro indiano para a geral ver?

Vou me entediando e os meninos fazem com que eu me disperse de um final de novela para falar, sei lá, de Amélie Polan.

Os pais de Maya tomam "aguada" em comemoração ao aniversário de sessenta anos. É tipo a "ovada" que rola aqui no Brasil. Se fosse com a água do Rio Gandhi, aí eu queria ver se eles iriam rir.

Surya tem uma filha e o irmão de Selton Melo diz não se importar pelo fato de o bebê não ser homem. Mal sabe ele que a criança não é de nenhum dos dois.

O bad boy Zeca acaba na sociedade Viva Cazuza lendo historinhas para a galera de lá. Os pais fanfarrões se orgulham.

Duda, Kiara e o médico que eu esqueci o nome seguem a vida a três. Tipo Caetano Veloso, Paula Bulamarque e Paula esqueci o sobrenome.

Enquanto isso, no site da globo.com:
Stenio Garcia sai no meio da exibição do último capítulo da novela - lá no restaurante Porcão da Barra -, boladão.
Segundo sua esposa, a edição não ABRILHANTOU O TALENTO de um dos mais consagrados atores deste BRASIL VARONIL.
Eu acho que ele deve ter tido uma indigestão no Porcão. Pessoal, esse restaurante, além de ter um nome cafona, tem uma comida péssima.
No entanto, se Glória optou por cortar o Dr. Castanho da trama, fez muito bem. Aquele médico era um saco. Eu mesma já fui a vários psiquiatras e nenhum deles era tão abobado quanto ele.

Juliana Alves, a morena do Dr. Castanho, descobre que o louco, irmão de MUSSUNZINHO (só Glória com sua bondade para dar emprego pra esse pessoal), é louco.
Devo aproveitar, já que estamos falando de Juliana Alves, para dizer que eu acho uma SUPER injustiça relembrarem de Grazi como a única ex BBB não fracassada.
Pessoallll, HELLOO! Juliana também foi uma BBB! Era chata e ninguém gostava dela. Hoje é a maior gostosa e vai posar nua.

Raj e Maya dão beijocas comportadas e FIM!

A novela acaba tarde e meus planos de cair na Lapa morrem. Se eu ainda morasse em Santa Teresa, até rolava. Mas a Tijuca é longe, parceiro...
Os meninos resolvem ir até o Mac buscar comida.
Peço um Maclanche Feliz com água de coco.
Estou com fome até agora.

Não para por aí:
Gente, vem aí mais uma nova novela de Manoel Carlos!
VIVER A VIDA.
WE s2 MANOEL CARLOS.
Novelas leblonísticas me lembram quando eu andava igual louca com meu cartão de débito, tomando sucos BIBI, no Leblon. Eu ia de bicicleta, pedalando pela calçada quase atropelando a população lebloense: magros, cariocas, felizes.
Entrava no Shopping Leblon suada e talvez até fedida e era mal atendida na FARM.
Tudibão!

Bom, gente, agora chega, né?
Vou tomar Maracujina e ler Domenico De Masi - O futuro do trabalho - para me sentir mais cult e menos culpada por ter me viciado em novelas das oito.

Bêjo

Monday, September 07, 2009


Uma das últimas lembranças que tenho sua foi um dia em que eu acordei tarde e você não tinha ido trabalhar. Estava na sala, tomando um whisky, vendo o programa daquela velhinha já meio lelé, chamada Palmirinha. Você lembra uma vez que eu escrevi sobre ela e você achou a maior graça? Eu escrevi sobre o programa a que você estava assistindo, disse que a Palmirinha deve passar o fim de semana num sítio em Itupeva com a família comendo comidas gostosas e tomando sorvete Kibon napolitano junto aos netos. Você achou um barato. Eu não sei se foi neste dia, mas você anotou a receita de esfiha e fez para o jantar. Não me lembro muito bem de nossas últimas coisas juntas. Lembro de estar num curso sobre hai-kai ministrado pela Alice Ruiz, onde eu levava meus hai-kais que só eu acho graça e fingia fazer aquilo na hora. Mamãe ligou e disse que vocês estavam no hospital Santa Catarina, e como meu curso era logo ali do lado, na Casa das Rosas, fui até lá encontrar vocês. Você sentia dor e como a vida inteira a teve, não fiquei tão preocupada. Você estava morrendo e eu não sabia.
O que veio depois é difícil de lembrar, até mesmo porque são nessas horas que o corpo se anestesia de sentimentos pessoais e abre os braços para o lado prático. Lembro de você no hospital. Lembro do Chico levando uma música que ele tinha feito pra você. E eu sei que você era como eu sou, e deve ter ficado tão envergonhado, mas muito emocionado e não conseguiu demonstrar tudo o que se passou no seu coração. Eu odiei quando você voltou para a casa para se tratar aqui. Odiei porque aqui você era o rei e a casa não merecia te ver tão debilitado. E você foi ficando magro e sem condições de erguer a coroa e a capa de super-herói, imagem em que sempre me espelhei. Não demorou muito para você morrer. E eu nem me importei como se sentiria minha mãe e meu irmão, pois minha dor estava me rasgando e o tal lado prático me cobrando, como seu eu fosse obrigada a continuar depois disso, só porque todos continuam e a vida não é fácil pra ninguém. Foda-se tudo isso, foda-se mesmo.
Eu fiquei com medo de todos ficarem com peninha de mim, fiquei com medo de meus familiares acharem que eu ia ficar louca, então eu congelei. E até hoje, eu sei, você não ligaria, mas eles me acham a maior sem noção.
Eu sinto raiva de mim por ser alguém que jamais vai conseguir expressar a beleza que era meu amor por você. Ou então a falta que você faz. Eu me odeio por estar até hoje perdida e odeio quando as pessoas perto de mim adoecem e eu tenho que entrar em um hospital e conviver com pessoas profissionais super acostumadas com a desgraça. Eu não gostaria de respeitar nada disso. Mas eu me calo. E fico me sentindo inútil e fraca por não poder dar meu total apoio às pessoas debilitadas e por ganhar olhares frios e feios de pessoas super dispostas a fazerem o que eu não faço. Eu odeio aquele hospital que você ficou internado, odeio aquela vizinha filha da puta que veio vender cosméticos quando você estava morrendo no andar de cima. Odeio você não estar aqui para me ver e me entender como só você entenderia. Eu não sei se eu estaria mais ou menos perdida. Eu odeio ver meu irmão sobrecarregado, engolindo as mágoas, obedecendo a ordens. Eu odeio ver como a nossa vida rumou para o diferente. E eu odeio não me identificar com nada disso. E eu gostava quando você me contava coisas e nós concordávamos e ríamos, um humor só nosso. E de como as pessoas te achavam inteligente e lhe respeitavam por isso. E de como com você eu podia discorrer sobre tudo que me incomodava no mundo. E de como não tinha importância alguma passar o ano novo sozinha, pois, no dia seguinte, você já estaria de pé, fazendo almoço. Eu amava sua paixão por livros, eu amava sua paixão por cozinhar. Eu gostava de quando você achava graça de meus textos e de sua motivação política. Todas essas coisas hoje continuam sendo fundamentais em mim. Mas perderam muito de seu sentido, sem você aqui.
Enfim, eu tenho saudades e odeio, odeio o jeito como você morreu.

ATENÇÃO, LEITORES DESTE BLOG PATÉTICO:

TODOS OS TEXTOS PUBLICADOS AQUI (DE MINHA AUTORIA), QUE NÃO SÃO JORNALÍSTICOS, SÃO DE FICÇÃO!
SE POR ACASO EU ESCREVER QUE TENHO NOVE OLHOS
E TRÊS PERNAS, SENDO UMA DE CHOCOLATE, POR FAVOR, NÃO ACREDITEM!
ISTO NÃO É UM DIÁRIO DE MINHA VIDA REAL.


GRATA,
LEBASI CROZERÁ

Lado a lado com a espécie humana corre outra raça de seres, os inumanos, a raça dos artistas que, incitados por desconhecidos impulsos, tomam a massa sem vida da humanidade e, pela febre e pelo fermento com que a impregnam, transformam a massa úmida em pão, e o pão em vinho, e o vinho em canção. Do composto morto e da escória inerte criam uma canção que contagia. Vejo esta outra raça de indivíduos esquadrinhando o universo, virando tudo de cabeça para baixo, os pés sempre se movendo em sangue e lágrimas, as mãos sempre vazias, sempre se estendendo na tentativa de agarrar o além, o deus inatingível: matando tudo ao seu alcance que lhe rói as entranhas. (...) Um homem que pertence a essa raça precisa ficar em pé no lugar alto, com palavras desconexas na boca, e arrancar as próprias entranhas. É certo e justo, porque ele precisa! E tudo quanto fique aquém desse aterrorizador espetáculo, tudo quanto seja menos sobressaltante, menos tetrificante, menos louco, menos delirante, menos contagiante, não é arte. O resto é falsificação. O resto é humano. O resto pertence à vida e à ausência de vida.

Henry Miller, porque sem ele a vida seria um erro para mim...

Sunday, September 06, 2009

CHICO MENDES E IRMÃ DOROTHY

Ontem de madrugada me dei bem ao ligar a TV e dar de cara com um documentário que passou na Discovery sobre o Chico Mendes. O filme, de uma hora, mostra o que aconteceu e quais foram os possíveis motivos do assassinato do seringueiro. Chico Mendes foi morto ao tentar propor uma diferente visão de aproveitamento da floresta, fato que fez com que muitos fazendeiros temessem pelo próprio negócio e, mais que isso, que viessem à tona todos os tipos de crimes cometidos por muitos deles, principalmente com relação à devassa ambiental que até hoje acontece na Amazônia.
Chico Mendes morreu em 1988, e sua luta trabalhista e ambiental foi vista por muitos como utópica, já que, há pouquíssimo tempo atrás, ninguém falava em preservação da floresta e consciência ambiental. Chico era mesmo um visionário.
Para quem não sabe, foi o próprio Chico Mendes quem barrou a construção daquela rodovia (que destruiria algumas das principais aldeias indígenas da Amazônia e prejudicaria o trabalho de milhares seringueiros) que o então governo Sarney, ora veja, ele de novo, propôs fazer de Porto Velho até Rio Branco. Na época, Chico foi até Washington, nos Estados Unidos, e sem falar uma palavra sequer em inglês, apresentou um relatório onde mostrava o quão imprudente era o projeto. O banco americano que financiava alguns dos custos da construção (BID) tirou o corpo fora fazendo com que a estrada nunca fosse asfaltada. A luta do seringueiro que já era conhecida entre os fazendeiros locais começava vir à tona na mídia e, com isso, Chico Mendes foi ficando cada vez mais visado. No natal de 88, Chico é assassinado em sua própria casa.
No documentário, é possível ver um pouco dessa e de outras histórias desta nossa importante figura que, de sindicalista, virou um herói nacional. O mais bonito deste filme que vi ontem foram os amigos de Chico contando sobre a vida dele. O cara deixou saudades em todos os tipos de gente: de índios até políticos, sem contar os seringueiros que "devem" a este homem até hoje.

Parte 2

Bom, logo em seguida do documentário de Chico Mendes – Chico Mendes, o preço da floresta -, a Discovery dá continuidade ao debate e transmite um outro documentário de um diretor americano chamado Daniel Junge, narrado por Wagner Moura, chamado "Mataram Irmã Dorothy". E eu que já estava completamente emocionada depois de ver o documentário do Chico, fui às lágrimas com a história de Irmã Dorothy.
Lembram que no começo do texto eu disse que lá na década de oitenta a preocupação ambiental ainda não era tão latente? Pois então. A história de Dorothy vem até os dias de hoje. A norte-americana se naturalizou brasileira quando veio ao nosso País nos anos 70 para fazer obras de caridade na Amazônia. E, por lá, resolveu ficar. Dorothy, após alguns anos de vivência na floresta amazônica, criou o PDS - projeto de desenvolvimento sustentável -, que propunha implantar na Amazônia um modelo de assentamento rural que não destruísse a floresta. Como Chico Mendes. Dorothy também passou a chamar atenção dos mesmos crápulas que mandam na floresta há anos e que jamais gostariam de ver o modelo de ocupação, do qual eles dominam, mudar.
A freira foi assassinada em 2005. Fazendeiros locais foram os mandantes do crime. O filme mostra toda a trajetória em busca de justiça no caso. Para quem é advogado, uma aula de como defender seu cliente por mais nojento que ele seja. Assim como o Advogado Américo Leal faz. Américo Leal é famoso no Pará em defender fazendeiros locais. As filmagens mostram como ele e seu bando trabalham. Ameaças de morte, arrogância, mentiras fazem parte de sua técnica para convencer o juiz de que Dorothy era uma violenta americana que apenas espiava o Brasil e mandava informações aos EUA para que assim eles pudessem, mais tarde, tomar a floresta. Parece piada. Ver o tribunal de júri, então, uma aula de teatro. Parecia que o diretor do filme tinha contratado atores para encenar tal cena, mas ali era tudo verdade. Nem vale a pena contar o que vinha na minha cabeça enquanto eu olhava aqueles advogados reunidos, rindo, arrogantes, comentarem o caso.
Fico aqui pensando que tamanha impunidade, no caso de Dorothy (o mandante do crime aguarda julgamento em liberdade), e o assassinato de Chico Mendes apenas nos mostra que nada mudou. Ganhamos uma pseudo e muito capitalista preocupação com o meio ambiente dos anos 90 até hoje, mas não tiramos do poder fazendeiros criminosos que executam pessoas que tentam fazer justiça. Que destroem a floresta para transformá-la em pastos e que exploram trabalhadores locais que são obrigados a acabar com sua forma de sustento que é a floresta.
De que adianta a mídia se embrenhar em campanhas para que nossa floresta não seja destruída, se ninguém ousa lutar contra aqueles que a destroem? Ao pensar na Amazônia, logo pensamos em uma floresta onde a única preocupação é o verde. Nos esquecemos que lá existem milhares de pessoas, trabalhadores que convivem diariamente com essa máfia de fazendeiros, enfim, pessoas que estão morrendo junto com a floresta.

E aí? O que vamos fazer?

Chico mendes: um novo começo




Irmã Dorothy



Américo Leal, o cuzão



Mandante e assassino durante o julgamento do caso Irmã Dorothy

Thursday, September 03, 2009

Clique na imagem


Um risco de memória na parede. É a saudade me matando. Hoje ela me matou. Amanhã também me matará. Morrendo, todos os dias percebo quantas vidas eu tenho e quantas-minhas-vidas preciso matar para estancar a saudade.

Um, dois, três riscos. São os anos em minha vida, correndo veia. Delicadamente arrependido. O outro lado das coisas outras de meus poréns.
Quanta coisa nossa esmirilhando no percurso. E eu aflita nunca pensaria. Pensarás agora? Flor, flor, flor minha. Onde andas são cabulosos entrelaços inacabados. Oi. Sempre um ou dois olás e ficaremos são. Todos.

Wednesday, September 02, 2009

Carta aberta a Oscar Filho

São somente 4:19 da manhã.
Finalmente eu havia conseguido conectar o wireless daqui do hospital São Camilo, no bairro de Santana City meu amorrr. O Orkut estava lento e sem nenhuma novidade, assim como a página da UOL e da globo.com. Resolvi twittar e recebi um convite para adentrar ao facebook, fazendo com que assim meu perfil seja exposto, messssmmooo, de todas as maneiras possíveis, na internet. Resolvi não aceitar o convite pois estou em uma conexão não segura aqui no hospital e meu bom senso, que definitivamente não costuma funcionar de madrugada, deu sinais de vida. Com o tédio e o calor do quarto, mais os gases e minha rinite me incomodando, resolvi ir atrás de blogs, onde a conexão não precisa estar a mil para dar uma lida no que pessoas que eu nunca vi na vida escrevem. Não pergunte por que parei em seu blog e olhei a foto de um nariz que lembrava o do meu irmão, quando levou um golpe de judô e o quebrou. Naquele dia, ele me ligou, muito calmo, e disse assim: Bel, você pode subir a rua para me entregar um passe de metrô que está na minha gaveta? E eu: ahh, Chico, nem fodendo... acabei de sair do banho, compra o passe aí, pô! Então ele disse timidamente: é que eu quebrei o nariz... e eu: AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!! Claro que neste dia eu tirei uma foto do nariz dele, e se parecia muito com o seu. Resolvi ler o acontecido, a odisséia nasal, e não me aguentei vendo as fotos e os comentários e, sabe, minha risada é um tanto escandalosa e eu acabei acordando minha mãe, que está internada, pois quebrou o joelho sendo atropelada por um cachorro. A enfermeira também reclamou. E eu me senti culpada por estar rindo alto em um hospital. São 4:37 e obviamente que a conexão caiu de novo, fazendo com que eu coloque minha camiseta do Timão, e vá fumar um cigarro lá fora. O Corinthians, como você bem deve não saber, fez 99 anos ontem e nós, torcedores, resolvemos sair de camiseta do time para homenageá-lo pela data. Como eu não tomei banho e nem sabia que teria de dormir aqui hoje, usarei de novo a camisa.
Bem, como já disse anteriormente, minha conexão caiu e eu não poderei mandar esse e-mail a você em tempo real. Mas não tem problema. Aliás, ele não tem a mínima importância. Eu tenho ataques de tédio e faço esse tipo de coisa. Escrevo para quem nunca vi. Isso me fez lembrar das revistinhas da Mônica, onde no meio das historinhas tinha os passatempos e nomes de pessoas para você se corresponder e fazer amiguinhos por cartinhas. Certa vez, eu mandei uma cartinha para uma menina que vi em uma revistinha velha da Mônica. Ela me respondeu que ficara encantada com minha atitude, mas que já tinha vinte e cinco anos e não queria mais brincar de cartinha. Nunca entendi isso. Eu hoje tenho vinte e seis e, pelo visto, ainda brinco. Ah, e se me lembro bem, esta mesma revistinha, minha mãe devolveu ao pessoal do Maurício de Souza, pois ela se tornou muito rara após um incêndio nos arquivos monicais e eles enviaram um pedido de doação. Não sei por que minha mãe fez isso. Penso eu que ela imaginou que eu seria uma menina bem sucedida e que nunca iria querer super valorizar a revistinha em algum sites desses de venda para poder ganhar um trocado. Certamente o que eu faria hoje.
Acho que é só. Na verdade é muito mais, mas você e seu nariz esquisito já não têm mais a ver com isso. Obrigada pela oportunidade de rir.

PS: Os enfermeiros passaram pelo corredor agora fazendo barulho de trenzinho (?), são 4:49. Acho que vou me vingar e mandar um shiuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!

Abraços
Bebel Crozera