Saturday, July 11, 2009

Rodava a lua ilê
Rodava meu céu de espada e uma certa vez tinha um dragão na minha lua ilê.
As tardes, eram fajutas. Borboleteávamos ensandecidas. E no dia seguinte, loucas de ontem, pensávamos: temos mais vintequatrohoras. Simbora. O corpo, por vezes, não agüentava. Pedia um arrego ignorado. Mas então, as pessoas ao redor comentavam; por onde andam que não se cansam? O que querem com essa presa achar? Não sabíamos responder.
Tinha dias em que Paula admitia; eu não estou bem. E nós riamos sérias e nos auto bronqueavam. Precisamos de responsabilidades, precisamos de calma, coragem. Precisamos trabalhar. E todos os outros discursos que a algum tempo, temos ouvido de nossos ainda responsáveis.
Rodava o ilê. E o corpo disse; tenham piedade! E elas se mandaram para um sitio um pouco distante da cidade, onde lá se propuseram a não farrear e cuidar da pele e da alimentação. E assim fizeram. Quando a noite chegavam, queriam saber o que estava do mundo perdendo, e aos risos, lembravam de cada caso, caso a caso, contando o quanto já tinham aprontado e assim, fazíamos também o balanço da vida. Quando o dia de ir embora chegou, arrumaram as malas rapidamente e partiram em uma cansativa viagem de trem. Chegando ao Rio, tudo voltou a ser como era antes. Samba, cerveja, homens, risadas, amigos, Lapa.
Rodava o ilê
Na lua, se olhasse pra lua.
Na rua, se pisando firme rua.
Nos olhos que dedilhavam o violão, junto aos dedos
Um copo vazio.
Cigarros
Um livro de Clarice e uma letra de Paulo César Pinheiro
Que minha mente negociaria para ver o que mais me atraia. Falávamos de cinema e culpávamos nossa complexa geração pela nossa vagabundagem. Nós somos a classe média que freqüenta terapia. Nos temos dialogo em casa e uma liberdade para escolher a verdadeira maionese no supermercado. Agora por lá também se compra a felicidade.
Alguns pais, surtiram os efeitos da ditadura. Ninguém anula o voto, pois conquistei esse direito. Mas o sistema castrou os jovens. E eles não gostam de política.
Alguma coisa aconteceu comigo.
Quando pequena eu mamãe e papai, mais Chicão, construímos um labirinto bem divertido. Mas mamãe e papai já sabiam achar a saída. Eu e Chicão, ficamos por lá. Chico, por anos tenta com sucesso, sair. Eu sempre faço o caminho da volta, pois lá me lembro de todas as artes e bons momentos que vivi. Minha mãe, toda semana, deixa comida, coberta e dinheiro e diz; está na hora de sair! Mas eu construí minha moradia por lá, sabendo que isso um dia vai acabar. Mesmo assim, não me desespero, ao contrário de Chico que anseia a saída.
Será que existe tipos de pessoas que nasceram para explorar caminhos já construídos e não para achar a saída? Será que a cada muro que passo, deste meu labirinto descubro uma duvida, uma alegria, uma coisa sem nome nem força, mas que me faz ficar? E se cada olhar meu for tão divertido e medroso a ponto deu não querer encarar lá fora? E se a pressão for absoluta. E se for pura poesia. E se minha vida for mesmo essa. Não durmo tranqüila, desde então.

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