Wednesday, July 15, 2009


queria prender o movimento e agredi-lo com as forças das palavras com que escrevia. sabia ser uma tarefa e tanto e sempre que a compulsão batia, ela e eu hei de estar aqui para afroxar meus leitos inseguros em uma folha de papel brilhante feito tela. pintar é escrever e tocar. a arte.



corri nos meus tempos idos e ao me esconder na brincadeira, nunca mais me acharam. laciei. vi tendas e folhas verdes, sedas e longos lenços como se Laura fosse um dia uma garota livre com assas de tecidos nordestinos, bem fortes e com fibras.
tinha dias que eu amanhecia em são paulo e taxativa dizia; só saio de casa, se me apaixonar. foi então que me apaixonei.
lenços corridos, mãos de seda. puro rodar e era essa imagem que meu coração não vai nunca, nem por um fim, poder esquecer. tenho um jeito astuto, sou desrespeitada diariamente por egos em condições escabrosas, temo ser assim também.
consigo ver a beleza da fita, das manchas que tem seu penar. consigo olhar para aquele olhar perdido e ver que ainda precisa existir um sentimento sem nome nem culpa, e mais longos dez anos para você e para mim.

a cidade estava um caos, e o cenário era um garoto ingrato, dormindo ao meu lado no dia seguinte. nós dois de ressacas loucas, daquelas de várias. e ele virando devagar, tateando meu corpo com a mão -uma só- e um só pé também.
preciso correr daqui. antes que ele viva esse momento comigo, pensei.


enrolei-me de seda roxa e a imagem era tão certeira quanto a intensa vontade vício que tenho de escrever errado. vou deixar uma marca, um registro. quero gravar as canções suaves e lindas que seu amigo compõe. acredite, elas ficam mais bonitas na garganta de quem não as merece.
e esse seria definittivamente meu caso.

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