Wednesday, April 22, 2009

Esse é meu terceiro momento com essa música; o primeiro, foi quando eu a vi na voz da Elza Soares, aliais, dizem que a música foi feita pra ela. Desacreditei na letra, depois entendi, era do Chico Buarque, aquele fanfarrão hahahaha.
Algum tempo depois, o próprio Chico a gravou, e um grande amigo meu cantava ela no samba, para a alegria da Joana, uma outra grande amiga minha, que hoje esta em Roma, o que faz com que eu lembre dela neste terceiro momento meu e dessa música linda.
Ontem eu estava aqui sozinha na Urca, esse bairro melhor do mundo, no Rio meio de ressaca com uma chuva deprezinha dai eu ouvi Dura na Queda, lembrei da Jô, lembrei do Lello tocando ela, lembrei quando eu a ouvi pela primeira vez, e dai fiquei feliz.
E que São Jorge, (amanhã é dia dele!) alumine meua caminhos
Aí vai a letra:

Perdida
Na avenida
Canta seu enredo
Fora do carnaval
Perdeu a saia
Perdeu o emprego
Desfila natural

Esquinas
Mil buzinas
Imagina orquestras
Samba no chafariz
Viva a folia
A dor não presta
Felicidade, sim

O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol, a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol, a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

Bambeia
Cambaleia
É dura na queda
Custa a cair em si
Largou família
Bebeu veneno
E vai morrer de rir

Vagueia
Devaneia
Já apanhou à beça
Mas para quem sabe olhar
A flor também é
Ferida aberta
E não se vê chorar

O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol,a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

O sol ensolarará a estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol,a estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas


Foda né?
O Chico é bom demais fazendo letras como se fosse uma mulher.
Mas quando ele faz, falando de uma, é melhor ainda.
Essa letra é tão feminina, nós mulheres, acho que é coisa de hormônios, somos muito desengonçadas emocionalmente. Igual a esta moça perdida na avenida, cantando seu enredo fora do carnaval, sambando imaginando orquestras hahahaha. Já se fudeu, já apanhou a vida, já deu muita risada, já sabe que a rosa tem dois lados. Mas adora repetir tudo de novo, como se não soubesse de tudo...

Tuesday, April 14, 2009


O Gudim é um poeta, não?
Fiquei ouvindo ele o dia inteiro e lá se foi um pote de sorvete crocante.
Tava um dia lindo e eu estava de moletom cortado e uma camiseta que eu roubei de um ex, que é velha e bem molinha, uma delícia de usar. Mas não vou mentir, estava parecendo uma indigente em minha própria casa. Louca, de fone de ouvido,potão de sorvete na mão, analisando receitas de comida na internet, colher de sopa entrando na boca, ouvindo Gudim.
Aí assim, o Gudim foi mega trilha sonora de quando eu fui morar no Rio a primeira vez, eu ficava loucamente voltando de Ipanema, ouvindo Obrigada, que é essa letra linda aqui ó:

Venho
Apesar desse resto de mágoa
Pra lhe dizer
Obrigado à você

Que já não me importa
Se o amor foi de guerra ou de paz
Meu caminho começa
Onde o tempo começa a contar
Quanto tempo faz

Nada nas mãos
Nem ao menos saudades
De uma canção
Mesmo assim é um prazer
Saber que eu me sinto à vontade
Pra lhe agradecer
Pelas horas, mil horas num dia
Mil dias, mil formas de se viver

Ah! Por que solidão,
Por que não prazer
Por que foi assim ou deixou de ser,
Por que era calmo de enlouquecer
Ou eram ventos mais violentos
De naufragar
Mesmo assim fomos contra a corrente
Buscando algum porto
Pra se chegar


Ficava com essa música no repeat, lembrando de um ex e como eu queria agradecer a ele, por me aguentar, sei lá, por eu ser Isabel, a menina maluca ansiosa. Mas hoje em dia, ouço a música e é lindo ainda. Mas agradecer o ex, acho que eu não faria não hehehe.
Mas foi bom tê-la como trilha no Rio. Porque agora ouvindo ela de novo, lembrei do fim de tarde em Ipanema, eu saindo da Garcia indo comer no Fontes, depois pegava um busão que fazia a maior viagem do mundo pela cidade. E eu nem ligava porque ia ouvindo música, porque ia conhecendo o Rio de Janeiro. Enroladinha na canga porque o onibus tinha um ar condicionado forte a beça e eu tinha o bikini molhado, lembrei agora da sensação. Depois, subia a Santa Tereza, e ia pro meu quartinho cubículo com uma xícara de Farinha Lactea na mão, feliz, sozinha e bronzeada. Dormia ouvindo Gal Costa e no dia seguinte, bem...no dia seguinte eu faria tudo de novo.

Mas aí, o tempo passou e eu fui parar numa casa maluca em Sta, onde meu quarto não era mais um cubículo, mas a casa era um hospício mutho doido. Depois retornei a São Paulo. Tinha o ex do obrigado, ai passou. Então eu me apaixonei por um Cafa sem coração, ai sangrou e teve também um monte de músicas como trilha, ai passou. Depois aconteceu una cosa loca, que foi eu me apaixonar por um ser que não existia. E juro, ele me passou as melhores músicas do mundo. Por ele também, eu conheci a fundo compositores geniais, e um olhar do mundo que eu tinha já,mas não sabia que era assim, tão poético. Acho que o homem que não existiu foi o único que me conheceu e poderia me chamar de carinhosa, meiga, poeta e um monte de coisas lindas, além dos defeitos.Mas aí, passou também, pois afinal, ele não existia. Mas neste tempo maluco,como já disse, ele me passou músicas que ouço até hoje. E essa, do Gudin também, é uma que ja chorei lembrando. Hoje eu não choro mais(ainda), mas ela é de uma beleza profunda dentro do ser, como diria...esqueci quem diz essas coisas.
Enfim, ai vai ela:

Sei que eu não vou te convencer
E nem você vai me mudar
Mas mesmo assim
A gente vive querendo provar e comprovar
Seja como for
Que deu certo nosso amor
É bem melhor seria veria ver
Que inda é tempo de parar
E que mais tarde poder muito tarde
Pra se recomeçar
E vai ser pior
Isso tudo eu sei de cor

Antes de andar com você eu não era feliz
Mas eu podia esperar
E tentar eu podia sonhar
E eu procurei por você por toda minha vida
Quando encontrei acertei ou errei eu só sei
Que eu não vou te convencer
E nem você vai me mudar
Mas mesmo assim
A gente vive querendo provar e comprovar
Seja como for
Que deu certo nosso amor


Linda, não?
Essa coisa do acertei, errei, NÃO SEI!
Isso sempre rola comigo...que depois de conhecer o homem que não existia, e tenho certeza que só ele irá entender esse post, eu conheci um homem que morava ,muito longe. E ele era lindo e fazia coisas interessantes. E eu levei ele pra casa e ele ficou espantado e fez promessas demais. Dessas que qualquer pessoa sensata, jamais acreditaria. Mas eu não sou sensata e acredito até hoje em papai noel, então eu acreditei. Mas ai, bem, eu fiquei com raiva e passou também.Aí eu namorei e machuquei o coração de quem não devia.Por que no amor,se eu não me fodo, fodo alguém. Depois eu conheci um homem, onde eu dei uma de homem e chamei ele pra sair. E ele topou e nós vivemos coisas ótimas e ai, uf, monte de coisas, dai...bem, dai ele não ligou mais hahahahaha...essa vida é muito engraçada. E eu vou mesmo morrer de rir como quem já tem um coração calejado, porque o dia que eu chorei por ele, doeu pra caralho. E tem mais, eu estava sem som e fiquei sem nenhuma trilha sonora para lamentar junto comigo. Aí assim, tá passando né?
Vai passar.

Monday, April 13, 2009


Reparem e fiquem atentos, o mundo esta sensacional.
Uma linha que cruza hoje o horizonte, cruza a entrada de seu sorriso as seis da manhã. Quando os homens ao seu lado montam a barraca para a feira.
Para a vida, incluímos balões de ar, ar que respiramos e um ou dois de seus pulmões estarão prontos para dar continuidade à linha, que se segue e não se importa até que surja o sol. A linha é fantástica, todos a têm; esta no vôo do pássaro, no café da manhã, no abraço.
Na opinião dos que nada tem de bom na vida, na audácia da mulher que sai as ruas em busca de argumentos. Na virada da bola, na hora do gol. Na feijoada do inimigo, no gás da coca cola domingo de manhã, pós-ressaca.
A linha esta por toda parte, esta na música, esta no instrumento esquisito que se abre e fecha, como uma borboleta gorda. Seu vôo, se estivesse som, seria aquela melodia. É alegre, é a linha. A linha é dourada e sai rasgando. E depois do dia, vem a noite em peso para a linha seguir, como se na velocidade da luz, a linha não pudesse mais existir. Ela é sutil, difícil de ver. A linha esta em tudo. Desequilibra, desarmoniza. Dar risada dói, chorar de alegria, é chorar também. A linha sabe. A linha segue. Furando os olhos dos humanos sentados esperando a hora de pular fora dali. Não há hora para retornar a hora que passou. Uma borboleta que é um acordeão. E uma menina pulando pensando ser borboleta. Nós no murinho contando até cinqüenta. Olhos fechados, mãos que cobrem a testa, ou melhor, fim dos dedos, início da cabeça, a linha. A borboleta relaxa ao som e voa. E imagina morrer logo em seguida.
Onde estaria a linha naquela madrugada faminta de desvios? Escondia-se na asa da borboleta que morria terminado o som daquele instrumento que tem asas e que é tão lindo que meu ouvido sorri. E nós, ao longe, observando maravilhosas causas de uma linha que entristece, que cansa e congela. Mas a linha não para de rasgar. Esta tudo lilás e eu, de longe, vejo seu rosto de perfil, recostado na mureta cinza de sujeira, olhando para o chão, escutando alguns sons de cidade sem praia, rindo a meia boca. Você esta lindo, sua camiseta é branca. Alguém já lhe disse como você fica lindo de branco? Estou feliz vendo a linha.

Sunday, April 12, 2009

2 para mim...e mais-Erasmo, Paulinho e Baden-


Olha você tem todas as coisas
Que um dia eu sonhei prá mim
A cabeça cheia de problemas
Não me importo, eu gosto mesmo assim
Tem os olhos cheios de esperança
De uma cor que mais ninguém possui
Me traz meu passado e as lembranças
Coisas que eu quis ser e não fui
Olha você vive tão distante
Muito além do que eu posso ter
E eu que sempre fui tão inconstante
Te juro, meu amor, agora é prá valer
Olha, vem comigo aonde eu for
Seja minha amante, meu amor
Vem seguir comigo o meu caminho
E viver a vida só de amor

A primeira, do Tremendão. Porque mesmo com a cabeça cheia de problemas, não importa ele gosta mesmo assim. Fora a cor dos olhos, que ninguém possui. Além do mais,ele gravou uma versão desta música com Chico Buarque. E caso, um dia o Chico Buarque gostar de mim, mesmo com a cabeça cheia de problemas, ai fudeu! Hahahahaha

A segunda;

Dizem que ela é um caso perdido
Dizem que ela tem amores demais
Mas quando passa e sorri parece tão sozinha
Que eu chego até a pensar
Que ela possa querer meu carinho

Sei que as histórias que contam
Não passam de intrigas
De quem não aceita
Seu jeito de ser e viver a vida

Quando ela some me desespero
Grito seu nome, faço canções
Mas não tenho o poder de mudar seu destino
E nem quero

Paulinho da Viola passa longe de receber meus elogios sem nexo,não porque o compositor não mereça, mas porque eu realmente, não sei defini-lo. Ele é mestre, ponto cabou. E se,muitos homens acham que por força de um esteriótipo, somos uns casos perdidos, o Paulinho esta vendo beleza em tudo isso. Sabe que pode explorar essa mulher e melhor, tem a doce dor de amor de jogar o destinho, para o destino. Nada nela,ele mudaria. Ain, surreal essa letra, vá?
Para quem mora do outro lado da ponte, lá naquela cidade do Selvagem da Motocicleta, essa letra cai como uma jóia. Tá ok, nem todo mundo entendeu isso. Mas se mesmo não entendendo, surgiu curiosidade não preconceituosa, então tá lindo. Já entendeu o Paulinho, pelo menos.


A terceira é instrumental, do Baden, outro gênio.
Sem letra também existe poesia, e acreditem, é muito medonho.
Uma música instrumental é infinita de signos e significados.
Nunca se completa e sempre se acrescenta. Eu não entendo a lógica, juro.
Penso logo num tetrics, onde matematicamente se pode encaixar mil pecinhas.
E se as pecinhas forem emoções a cada melodia, na música sem letras os encaixes ultrapassam os limites exatos e vão de acordo com seu dia, com o tempo lá fora, com o momento. É assim, uma música instrumental é como um rio, nunca é a mesma. Nada a define. Na linguagem onde não há língua, como uma palavra pode a cercar?

A versão que vou deixar o link, é de ninguém mais, ninguém menos, que Raphael Rabello. Aquele homem que me faz pensar em acreditar em outras vidas, só para encontrar ele um dia e me casar hahahahaha. Louca.
Ele ia me achar um caso perdido, ia achar que mesmo com a cabeça cheia de problemas, ele iria gostar mesmo assim. Ou ia pouco se fuder e dedilhar aquele violão milagroso, encantador e as palavras, as palavras não são de nada,meus amigos.
Porra.
- O nome da música é "Sentimentos - Se Você Pergunta, Nunca Vai Saber"


http://www.4shared.com/file/21643960/dd4ff886/Raphael_Rabello_-_Cry_My_Guitar.html

Tuesday, April 07, 2009

Bukowisky, querido.

Há bastante deslealdade, ódio,
violência,
Absurdo no ser humano
comum
Para suprir qualquer exército em qualquer
dia.
E O Melhor No Assassinato São Aqueles
Que Pregam Contra Ele.
E O Melhor No Ódio São Aqueles
Que Pregam AMOR
E O MELHOR NA GUERRA
--FINALMENTE--SÃO AQUELES QUE
PREGAM
PAZ
Aqueles Que Pregam DEUS
PRECISAM de Deus
Aqueles Que Pregam PAZ
Não têm paz.
AQUELES QUE PREGAM AMOR
NÃO TÊM AMOR
CUIDADO COM OS PREGADORES
Cuidados com os Sabedores.
Cuidado
Com Aqueles Que
Estão SEMPRE
LENDO
LIVROS

Cuidado Com Aqueles Que Detestam
Pobreza Ou Que São Orgulhosos Dela
CUIDADO Com Aqueles Que Elogiam Fácil
Porque Eles Precisam De ELOGIOS De Volta
CUIDADO Com Aqueles Que Censuram Fácil:
Eles Têm Medo Daquilo Que
Não Conhecem
Cuidado Com Aqueles Que Procuram Constantes
Multidões; Eles Não São Nada
Sozinhos
Cuidado
Com O Homem Comum
Com A Mulher Comum
CUIDADO Com O Amor Deles
O Amor Deles É Comum, Procura
O Comum
Mas Há Genialidade Em Seu Ódio
Há Bastante Genialidade Em Seu
Ódio Para Matar Você, Para Matar
Qualquer Um.
Sem Esperar Solidão
Sem Entender Solidão
Eles Tentarão Destruir
Qualquer Coisa
Que Seja Diferente
Deles Mesmos
Incapazes
De Criar Arte
Eles Não Irão
Compreender Arte
Eles Vão Considerar Sua Falha
Como Criadores
Apenas Como Uma Falha
Do Mundo
Incapazes De Amar Completamente
Eles Vão ACREDITAR Que Seu Amor É
Incompleto
E ELES VÃO ODIAR
VOCÊ
E Seu Ódio Será Perfeito
Como Um Diamante Brilhante
Como Uma Faca
Como Uma Montanha
COMO UM TIGRE
COMO Cicuta
Sua Mais Fina
ARTE

Wednesday, April 01, 2009

o non plus ultra


As forças federais, o automóvel, plutão.A mamadeira do bebê, o mendigo, a serpentina e o cão farejador. A foto que prova, a roupa que cai, o rei esta nu. A força que atinge, um vento que leva, quente que sai o pão de manhã. O preço da bolsa, os valores do cheque, aquele menino na rua.Um brinco de arame, a casa de barro,um tucano,um bico. A cerveja gelada,o óculos de sol, na praia a onda, no vento um varal cheio de roupas in seque.Uma tradição a seguir, um time a ganhar,um motivo,um lugar.A moça de saia, o rapaz de xadrez, meu olhar na sua visão. O barco que vai, a mala que abre, para tudo partir.
Um amigo dentro do abraço. O abraço cabendo todo um amigo, na seleção de amar. Um riso que inspira,numa lágrima que cai, um brinde ao seu pai,que é igual ao meu pai-dentro da casa lilás.O troco é a sobra, o resto é o último e os gatos na rua. As crianças saudáveis riem e cabem dentro do parque. O domingo que entra, dentro da televisão,o tédio que entra dentro de você,a cama que cabe todo um sono bom, o despertador que toca,cabe dentro do seu ouvido.Um pão vem de manteiga, o leite transforma de cor para caber o café. Um beijo que cabe a língua,que cabe as mãos nos seus quadris,que cabem além. Um filho que urra, um gol que se faz, uma vítima que foi.
No calor, o sorvete. No vento um “tremo”, na flor que cabe toda a beleza.
Uma coisa, que cabe
dentro da outra
que abre.

-Parte 2: sobre monstros y tomilhos-



Ele vai sugar as patinhas molhadas de suor daquela menina,
e num sopro ela estará seca, e pronta.
Hão de, aos gargalos, aguar-se.
Ela vai, depois de aprender onde fica,
por a mão em seu coração, enquanto ele dorme
e pensar;
preciso lhe roubar deste peito.

Ele vai acordar depois de muito dormir
e ela vai ficar olhando a cada movimento, de costas.
Respirando.
O mundo fará a preza.
Ninguém lhe orienta, ninguém lhe incomoda rapaz.
Ela estará seca, e, no entanto, ao seu toque,
com medo de molhar-se toda.
Ele vai sugar-lhes as patinhas de novo
e mais um toque de rabos, muitos toques, imagine.
Não são muitos rabos, ora veja.

O mundo fará a preza, meu bom rapaz,
seu mundo faz sua preza.
E depois ela se vai, triste, alegre, medíocre.
Como todas as mulheres da revista Claudia.
Da revista nada.
Um ônibus, dois, três.
São cinco cigarros e o mundo começa a cobrar.
Faça uma pra mim, meu bom.
Lhe devolvo logo em troca.

E ela ri:
É de mim, que pedes hãn?
E o sol também gargalha
-Y lo solo tambíen contrasta.-

Porque não sabemos julgar o conteúdo.
Porque bate tão dolorosamente, calorosamente seu coração alegre?
Y outras partes, a que veio camarada.



Cai uma ficha telefônica dentro daquele orelhão oco:
-ela escreve assim...-

“Debandeio
(atiro pétalas ensandecidas, derreto, desisto)
Dou-lhe cinco motivos e um talento marginal quase gigolô.

Tenho uma notícia que pode ferir seu ego:
Eu não sou de nada.”

Ao final, toma um copo de veneno.
E morre, feliz, de amor.

Pensem assim
Teria sido terrível se fosse de outra maneira.

Prelúdio nhac!


(4:44)

Do meu corpo
Sobra a barriguinha
Que você mordisca
-louco-

Às vezes, em frente ao espelho
Penso:
Preciso perder peso.

Me visto
Ao seu encontro
E a barriga retruca:
Não gosta de mordidinhas, é?