Monday, March 30, 2009

4º Motivo da Rosa (Cecília Meireles)

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

Teve um plâncton que salvou o mundo, disse adeus as coisas fúteis, viveu de dividas e alucinou.Depois, contou toda a historia com magia e sedução que pessoas ateias não são bem assim.Logo que foi dormir, as coisas ficaram tão maduras que já não pôde mais sonhar, e era tão fácil ver o ritmo das ações elevadas que seus critérios tinham ficado macio e tudo quanto era tara,trava no penhasco das glorias umedecidas por todos nós, sonhadores de meia tigela.

Thursday, March 26, 2009

importante frizar chico



Qualquer verão
É só chamar
É tudo, é do primeiro
Qualquer hora, qualquer cheiro


Qualquer amor
Eu corro atrás
Qualquer calor
Eu quero mais
Qualquer amor
Qual nada



Eu preferia quando os carros
tinham placas amarelas
Eu preferia quando não usavam
grades nas janelas
Eu queria que voltassem
os anos sessenta
Eu queria ficar lúcido até os noventa
Eu preferia a época em que amar
não era ultrapassado
Eu preferia quando a diversão
era ler contos do Machado
Eu queria que voltassem os anos sessenta
Eu queria ficar lúcido até os noventa

ah, aldir...

Wednesday, March 25, 2009


Serei eu sua décima terceira sereia, navegando em seu mar morto?
Odalisca rebelde, em fúria por já dizer o improvável?
Serei uma noviça da vida,
uma amêndoa doce e oleosa.
Serei sua réptil de pele fina e forte e seca e voraz.
O que serei?
Serei sua.
Adaptada, contraditória, estapafúrdia,
doentia em sua mansão de três cores, seus atos.

Serei eu a onça além da jaula
impedindo contatos visuais.
Me toque, me queira.
Essa noite eu vou entrar em você.

Quem serei eu, no dia seguinte?
Uma víbora aleatória,
vendo minha presa dormir nas suas cortinas fracas
que não barram sol.
Serei ancora, vespa, azeda, sua, sua, sua.
-Intensamente-
Com medo das palavras que saírem de minha boca
ásperas, inseguras, sem medidas.
Te dedido, te exaspero.
Te espero em sua casa.
Nossos ofícios,
e o que será de mim presa a isso?
É o que eu quero. Te venero.

Longe de ti, saio a procura de qualquer alicerce e nada veste meu número e eu nada calço. Saio descalça, forjada, saio vomitando (alegria longe).
-Alegria, alegria.-
Um belo dia tomaremos o melhor vinho,
falaremos as maiores baixarias.
Vai fazer frio, calor, o tempo é a gente quem faz.
Te espero, porque veja bem, é muito insano,mas não tenho pressa.
Sinto obséquios, você não me teme.
Não te temo também.
Quero esperar você crescer, ainda vai?

Tentarei dormir, mas sinto as lembranças e a tal música martelando em minha cabeça. Quero engolir contigo, seu mundo, seu mundo,
se for mundo.
Eu não sossego, vou além.
Meus limites sórdidos me entregam
Estou sem forças, ainda bem.
Lágrimas de açúcar para me lembrar;
Sou sua, rapaz.
Não queira me entrelaçar em vão.

Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
Mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho.

Friday, March 20, 2009

Ele terminou sussurrando e dizendo que a vida secretamente faria a equação de meus legados de um jeito efetivo. E o mundo, pois muitas coisas vêm daqui, seguiu metodicamente adiante de cada passo meu, mesmo que esses fossem cegos e/ou inadimplente, como às vezes, se ia. Eu perguntei e não soube fazer uma boa referência, de como era a lógica daquele momento, mas, sabe, fazer a pergunta sem nada poder esperar da resposta, não tem mesmo, emoção alguma. Eu socorri alguns valores afogados em minhas mágoas, eu sucumbi de tanta ansiedade por ser somente viva. E de vez em quando, eu lembrava de você sorrindo e saberia dedicar cada elemento que me compunha. A parte seis, por seis partes terá, será daqui a dez anos quando eu retornar enraizada dos meus mesmos anseios, deslizes, covardias. Da minha mesma e corriqueira ansiedade de se perguntar imaginando cada palavra que vai sair da sua boca. Estou com medo. É um medo bom. Tem gosto de amora e as sementinhas no final trincam meus dentes. Gosto de pegar as sensações e seqüestrá-las em meu coração dilacerado ora pela felicidade, ora pela tristeza. Hoje eu falei dele para você. Depois me veio besouros no estômago, voltaram a viver. Eles dormem, vivem se reproduzem e me aquecem, sempre que eu estou por dar na cara que vou protagonizar um anseio novo. É disso que eles são feitos e muitas vezes sou sim o parasitas deles, os besouros. Alguns tem cor de ouro, outros, pretos prateado. Suas funções são as mesmas. Igual a tudo no mundo.
Consigo entender o princípio da igualdade e isso não tem nada com a política monetária de nossos tempos- túneis- cruéis. Hoje eu ouvi poesia viva. Delas não saíram nenhuma palavra. E a lógica se travestiu de inquietação e isso, e mais todas as emoções vieram me conturbar novas agonias felizes. Sou do tipo que entende o bom lado das coisas ruins. Acho que o mundo me quer com esse dever. Ele me disse que secretamente as equações da minha vida, acontecem para me fazer feliz. E eu sei bem como inverte-las. Ele disse; você ainda quer mais? E eu; bem, eu queria isso para sempre. Igual no conto das meninas bonitas do meu colégio. As quais eu sempre tentava em vão imitar. Eu lhe contei sobre minhas modalidades e em como reflito confusamente as coisas e ele me perguntou um porque cheio de dúvidas e medo. E eu acho que é hora de parar de ser tão rude. Comigo, -comigo- e com os outros também. Exijo um mundo em condições responsáveis, assim, ajo como uma delinquente e me saio bem, ao contradizer a todos. Até o momento em que trombo com um sujeito qualquer, desses que mudam nossa vida, mesmo dormindo, de costas, ao meu lado. Então entendo tudo; os besouros e seu sorriso.

Monday, March 16, 2009


(O poeta sem palavras era ele.)
O poeta que me deixou sem riscos a dizer.
E eu só lembro de uma emoção maluca
me tombando, e eu,
caindo no chão sorria sem entender.
-Porra nenhuma-
Voltando para casa com um sol desgraçando meus horizontes e finalizando aqui dentro; que dia perfeito.
O poeta sem palavras roubou minha garganta e transformou tudo em melodia, em sensações
e eu, voltando pra casa, desgarrada, agredida de felicidade pensava; que música é aquela, que música é aquela, cacete?
Sabia.
Sabia que ia acontecer você um dia.

Tuesday, March 10, 2009


Eu vim aqui prestar contas
De poucos acertos
De erros sem fim
Eu tropecei tanto as tontas
Que acabei chegando no fundo de mim
O filme da vida não quer despedida
E me indica: ache a saída
E pede socorro onde a lua
Que encanta o alto do morro
Que gane que nem cachorro
Correndo atrás do momento que foi vivido
Venha de onde vier
Ninguém lembra porque quer
Eu beijo na boca de hoje
As lágrimas de outra mulher
Cinquenta anos são bodas de sangue
Casei com a inconstância e o prazer
Perdôo a todos, não peço desculpas
Foi isso que eu quis viver
Acolho o futuro de braços abertos
Citando Cartola:
- Eu fiz o que pude
Aos cinquenta anos
Insisto na juventude


Aldir, o mestre

Sunday, March 08, 2009


Rolou um tartar de salmão com alcachofras, azeitonas chilenas e azeite de espinafre de entradinha, para depois chegar um penne ao molho de abóbora. De sobremesa, brigadeiro de chocolate Lindit, café expresso e um gol de cabeça aos 47 para alongar minha rouquice que persiste desde o carnaval. Os amigos estavam todos reunidos com uma são paulina zicando a situação e uma Santista que chegou depois para dar um abraço. Foi lindo.
Sabe, sinceramente, eu sei de todas as bostas que rolam no futebol, e sei também o quanto ele já foi tão mais bonito antigamente. Sei que o ataque do Flamengo jamais será o mesmo; Zico, Adilho e Adão. Sei que futuramente haverá, infelizmente, mais torcedores são paulinos, ainda mais se eles vencerem a libertadores esse ano. Mas hoje, eles perderam feio. Do Mogi, de 2x0. E o Corinthians, arrancou um empate que seria só um empate, mais um, se não fosse a presença em campo do Ronaldo. O maior goleador de copas do mundo e boêmio pra caralho.

Temos que adaptar o futebol de hoje em dia? Pararmos de sermos saudosistas e dizer que a graça já não é mais como era antes? Sei lá. Muita coisa na qual sou apaixonada parece ter essa mesma questão; o samba, o punk e até meus amores, amizades.
Jogo com que tenho e as vezes tenho muita preguiça de poder fazer o melhor. Por hora faço, pois num processo maluco de resgate, e de salvação também, minha preguiça me afastou de pessoas maravilhosas. Maravilhosas, longe de mim. E eu desejo tudo de bom a elas. O meu caminho é pela esquerda.

Mas não era nada disso que eu queria dizer, o importante nisso tudo, é que ver o Corinthians jogar hoje, foi muito gostoso. Ver o gol, bem Corinthians, sair no final, somos e sempre seremos sofredores pra cacete, foi de fuder. Deu mais calor, deu vontade de falar um monte de coisa sem o sorriso sair da cara. E minha sala ficou parecendo um restaurante com um monte de gente falando ao mesmo tempo, fazendo piada, enfim, vivendo o momento.

Obrigada Ronaldo. Foi divertido pra caralho.