Saturday, January 24, 2009


RCMD&C

Posso te chamar de desgraça boa? Posso te chamar de professor? Qual nome te dou, homem fantasma? Posso me chamar de aprendiz, de louca. Porque eu posso tudo. Até me apaixonar por alguém que não existe. Posso ir até Paquetá magoar corações. Posso lhe contar tudo, tim tim por tim tim e você pode me escrever infinitas dedicatórias de amor num livro velho e lindo de Ferreira Gullar. Posso descobrir que nada disso era verdade. Posso acordar de manha e querer saber como você esta?

Ontem fui ao samba. Ele estava lá, e me deu um oi seco, daqueles que não mereceriam tchau, como eu fiz. Fui embora sem me despedir, pois seu rosto era um damasco e eu já estava alcoolizando minhas atitudes. Teve um amigo seu muito solidário, por acaso, que teve o desplante de não me cumprimentar. E quer saber? Foi muito engraçado, por que depois de observar como os machistas se perpetuam eu lembrei da cena dele olhando para minha bunda quando ainda estávamos juntos, eu e você.

Eu e você meu bem, foi muito justo ter acabado. E foi triste também, mas eu não sinto saudades. Nem acho que devo me martirizar por isso.
Hoje eu sonhei que pela primeira vez, aquele homem que eu fui apaixonada me tratava com muito carinho, me carregava no colo e ria das minhas escolhas malucas. Era um sexo e tanto, o melhor, talvez. E aquele homem ainda vai me dizer a que veio

Na verdade eu sei muito bem disso. Ele veio ao resgate do meu primeiro amor, que eu nunca mais vi, que eu era uma menina medrosa que adorava quando ele beijava minha boca, bem forte e mordia meus lábios até eu sentir uma leve dor, que era a melhor coisa do mundo. Vocês dois são tão parecidos, até dói pensar. Inclusive parecidos nos desfechos, que nossas vidas deram. Vocês são dois puta loucos do caralho, isso sim.

E eu também. Foi isso que me disse o menino lindo que mora muito longe. Ele me acha uma maluca. E eu odeio isso. Quero que ele me leve a sério, que seja super legal, tudo isso. Quero que ele saiba que quando eu bebo, eu penso nele. E quando eu não bebo, penso também. Mas ele me diz que sou gostosa. E eu adoro ser gostosa, mas prefiro ser levada a sério. Ele jamais me apresentaria aos pais, pois eu sou uma doida. E isso, veja, já me aconteceu antes. Eu era apaixonada por um cara meio burro mais que fisicamente lembrava muito meu pai. E meu pai, tinha acabado de falecer. Me envolvi fielmente a ele. E ele jamais me levou a sua casa. E eu achava isso um soco no estomago, mas calava como uma mulherzinha babaca. E eu sei que se me apaixonar de novo por você, serei babaca de novo. Por que não tenho jeito. Ou então, porque talvez, seja esse meu jeito.

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