Saturday, August 02, 2008


Eles nos pedem uma felicidade horrorosa, impossível, eles nos mandam e-mails de auto-ajuda, dizem que foram escritos por grandes escritores que jamais pensariam em tais bobagens. Eles fazem questão de mostrar como sorriem e são cercados de amigos, de como amam e são amados e de como a felicidade, para eles, é para sempre. Eles dizem aprender com os erros, mas nunca erram (!), eles dizem perdoar, mas recalcados, não perdoam. Eles dizem não mentir, serem bom caráter e eu ando desconfiando de minha personalidade.
Poxa, logo eu. Tão vacilona, ansiosa, furona, impulssiva. Logo eu, tão cheia de problemas, dentes separados. Preciso lutar para acordar e sorrir para tudo e todos. Para que minha foto no orkut seja a mais bonita, para que meus testemunhos sejam os mais profundos. Mas, porra, eu não lutei para viver cada dia como se fosse o último capítulo da novela. Eu não acho que todo mundo tem mais é que ser feliz. Eu acho tudo isso um porre, eu acho viver mais complicado que tudo isso. Eu acho viver mais bonito, do que só ser feliz.

Não me venha você esbanjar pela internet o quão é revoltado, na moda,inteligente,conhecedor, bêbado, baladeiro, feliz, feliz,feliz. A única coisa que posso esperar de pessoas assim, é a continuação dessa ditadura de falsa felicidade que evolui com uma globalização que joga todos meus direitos de sofrer, errar, perder pela janela.

Eles pedem para que façamos, pela internet, a vitrine de nossas vidas. Mas, caso sua vida, por “N” motivos não se encaixe nas opções dadas por eles, então meu caro vá ler um e-mail de auto-ajuda e procurar no Google um bom terapeuta, pois sua vida é fora dos padrões, logo você não é digno dela. Certo?

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