Monday, February 11, 2008


-Reconhecimento-

Receio ter abraçado você tão devagar a ponto de não ver em mim uma nova possibilidade. E ao me deixar, ficou comigo a dança dos seus olhos difíceis. Como no dia que chovia tanto, a ponto de sentirmos medo. Desde de o começo, nunca te pertenci. Eu me ofereci para ser sua, com meus talentos marginais, os mesmos que te atraem, somente de noite. Eu não me canso de por em jogo meu coração multifuncional. Mas eu me canso de ouvir que o meu jeito é muito para você. No fundo, meu jeito tem sido muito, para todos. Até mesmo para mim. Como em uma ação onde eu perco o jogo de xadrez para mim mesma. Devastador. As peças se acabam, enquanto eu mergulho no mar e sinto que nada, mais nada neste mundo pode ser melhor que um dia na praia. Eu perco o jogo, mas saio da onda cada vez mais intensa. Com meus passos leves, saio do mar e sei que as ondas nunca vão se cansar. Sei que nunca vou me cansar também. O jogo perdido ainda esta na minha cabeça: em que momento minha peça deu um passo em falso? As ondas seguem, num ritmo só delas. Eu sobrevivo. Arrisco um sorriso muito, mas muito honesto de felicidade absurda, e logo depois, veja só, cai uma lágrima oportuna. Eu poderia me esconder, igual quando brincávamos no vilarejo, mas prefiro, mesmo com o jogo perdido, seguir enfrentando as ondas. O mar me quer assim.
Não conheço outro segredo para esta felicidade sem fim.

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