Sunday, January 20, 2008


Foi logo depois da tempestade que você aprendeu sobre aquela garota. Que nem soube se contentar direito sobre o poder que a natureza conseguia comportar. Que a chuva era pesada, comia todos os cantos secos daquela cidade. E que o chão de areia ficou com uma camada dura. A garota não se importou com nada. Ficou sobrevoando as cenas mais bonitas que dentro da sua cabeça se concluiam igual no fim do filme. O fim do filme era ele fugindo de moto para Califórnia. A garota adaptava. Conhecia tanta gente ao mesmo tempo, que não sofria desamor. Depois, aos pouco, foi aprendendo. E toda vez que a realidade ousava bater na porta a garota iniciava um novo ritual capaz de extravasar toda e qualquer situação que a botasse a par de tal. Ela sofria prisioneira, mas depois dormia tranqüila. Dia após dia.

(Iniciamos aqui uma gota de chuva que passa nas asas do pássaro e surge então um atrito comum. Senti uma lágrima de chuva, uma lágrima gota de água salgada vem de mar, de nossos prantos. As nuvens eram para sempre e foram embora não ser. E tudo, tudo que você possa imaginar, já passou por este lugar.)

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