Monday, August 13, 2007


Eu presumo viver contigo, de um jeito faceiro meu bem, numa casa pequena. Nós chegaríamos a noite, depois do samba. E você seria intimamente só meu. Querido, você fumaria um cigarro daquele seu jeito charmoso e eu daria uns tragos no seu. Você iria puxar meu cabelo sorrindo, com o cigarro no canto da boca e eu ia tirar a roupa de um jeito só meu, pra você. Sua língua ia ser do meu rosto, e eu ia encontrar suas costas. Seus dentes seriam de minha coxa, e eu morderia bem forte teu lábio. Depois eu te atacaria, e berraria, e escandalizaria meu amor por ti aos quatro ventos deste Rio de Janeiro, na Glória, na Lapa, debaixo da sua cama no Flamengo. Até a morte, até nove horas depois juntinhos, vai. Vai acabar. Meu amor, eu iria embora em silêncio, vestida com minhas roupas e teu cheiro. Quando a noite chegasse, eu iria te ver tocar, vestida de vermelho, passar por você e deixar o meu cheiro, com um beijo no rosto.

No comments: