Wednesday, July 18, 2007

-eu sou eu, toda vez que olho no espelho minha cara-


A gente é hipócrita com os cachorros, pois gostamos deles, por que sempre são felizes. Acho que preciso mudar de travesseiro, meu pescoço reclama de enfrenta-lo todos os dias. Levanto da cama e ainda esta chovendo nesta cidade que chora, hoje vai chorar também. Abro a janela, ascendo um cigarro. É tanta coisa que sempre tento dizer o que é. Muitas das vezes serão sempre as vezes que eu me olhar. Toda vez será única, será rara, será eu.

A tarde passou sem aviso prévio algum que a noite seria sangrenta aos olhos de todos, do mundo de você. E os jornais se dividiam ao mesclar a alegria de feitos esportivos e tragédias de um avião que caia. Eram medalhas de ouro de sangue, somada a uma mãe cheia de orgulho, com uma mãe que perdera os dois filhos no mesmo dia. E perder dói, os esportistas sabem disso. A vida de derrotas e vitórias estaria anunciada, como se tudo não passasse de um conto qualquer. E de noite, os sobreviventes que não ganharam medalhas pensariam sobre ambas as coisas, na noite, chovia mais e mais...e mais ainda quando via tamanho silêncio.

Trombou com meu sono atrapalhado, com essa derradeira comoção que tenho sido. Com o meu olhar, eterno olhar novo sob o espelho de cada dia.Viver uma batalha legitima.
A gente é hipócrita por gostar de cachorros, por não viver a ode aos ratos. Nesta hora ainda não sei se o fogo já cessou, nem para onde vai tantas vidas que sumiram. Me dói saber da dor de quem nem conheço, me dói te ver passar sem mim.

Minha alma lateja poesia dolorida, por que sei da dor de vocês, e sabe, certas coisas na vida não merecem explicações. O sangue escorre nas medalhas finalmente conquistadas, de ouro. Brilha e machuca os olhos de quem assiste a tudo isso.

Meu corpo pede por uma noite em que meu sonho não acorde junto comigo.

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