Saturday, May 14, 2005

14 de maio

-Quando fechar os olhos, ser folha-

Bem que ele podia ter olhado em um instante no fundo dos meus olhos daquele sábado infeliz.Mas isso agora é um fardo que carrego sozinha e silêncio e sem autonomia nenhuma em poder ter esse poder.Fui longe demais numa busca cega, e agora, tudo o que eu quero, é virar folha. Uma folha sequinha de uma arvore no outono, aquelas que quando cai no chão surge a idéia de esmigalhar sua secura e ver o quanto às coisas podem ser verdes, vivas e depois marrom e secas. Uma sintonia com o que fomos. Uma variação do que sou agora. Possivelmente um ato de julgar você, faz com que você automaticamente me julgue também. E perceba que quando falamos e estamos centrados, sinceramente, eu me sinto bem. Hoje eu não quero mais chorar, por isso, vou sorrir ao te ver. Sinto saudades do seu dia-a-dia, sinto falta de te abraçar, mas isso passa. Foi o que eu ouvi. Eu ouvi que tudo isso passa e talvez você seja mesmo um grande amor que não deu certo. Talvez daqui a 15 anos eu vou estar andando na rua e ter ver acompanhado de sua mulher grávida e então pode ser que nossos corações não agüentem de tanta emoção e saudade de coisas que ficaram no ar, de nós dois. Pode ser que essa rapidez sua de parar de sentir seja a sua defesa, mas pode deixar que eu acredito nela. Acredito por que tenho que acreditar, só por isso. De resto, raspando o fundo do taxo que fomos nós, não saíra por enquanto nenhuma sobra de esperança. Eu já perdi a cabeça, e ainda me culpo por isso. E você me transformou em uma pessoa desprezível, você não me olhou quando eu pedi teus olhos, desesperada. Não tem uma regra, mas é difícil, é cruel, é estranho como pôde ser assim. Mas é assim que é.

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